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domingo, 7 de dezembro de 2014

De madeira e pedra: Os marcos da Colonização na Serra de Portalegre(Séc. XVII a XVIII

Livro: DE MADEIRA E PEDRA: OS MARCOS DA COLONIZAÇÃO NA SERRA DE
PORTALEGRE (SÉC. XVII A XVIII)
Autor: Thiago Alves Dias - Departamento de História(UFRN)
Clique para ver e baixar em pdf 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Portalegre do Brasil - História e Desenvolvimento


Livro: Portalegre do Brasil - História e Desenvolvimento - 250 anos de fundação.
Autor(es): Maria Bernadete Cavalcante
                  Thiago Alves Dias
                  Rosa Maria Maciel
                  Fátima Martins Lopes
                  Edilene Fernandes Jales
                  Denise Mattos Monteiro
                  Conceição Lima

 Clique aqui para ver e baixar em pdf

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

A lenda de Jandy

Com relação aos índios do Apodi, conta Nonato Mota, que, depois da carnificina de Viçosa, em Portalegre, muitos dos indígenas que procuravam fugir para os Cariris foram caçados e presos, e a Cadeia da Vila ficou cheia deles, embora entre eles estivesse faltando a velha Cantofa e sua neta Jandy, que não fugiram e nem foram aprisionados. É que as as duas se ocultaram nas grutas da serra de Portalegre, à espera de uma melhor oportunidade para saírem em procura dos seus. 

As duas eram caçadas incessamente até que um dia foram encontradas dormindo embaixo de um cajueiro em, despertadas pelos seus perseguidores, começaram a cantar o ofício de Nossa Senhora..
Jandy, adivinhando a intenção daqueles homens, implorou em pranto, o perdão para a sua velha e queria avó, enquanto um dos sicários, aborrecido, cravou um punhal no peito da velha índia, que caiu fulminada, com uma torrente de sangue a puxar-lhe o peito. E Jandy desmaiou e caiu junto à sua avó. Os algozes as deixaram no local do crime, e, ao voltarem depois para enterrar o cadáver de Cantofa, não encontraram a menina e não tiveram qualquer noção do seu destino. 

Até hoje, se comenta em Portalegre que, por muito tempo, aquele lugar ficou mal-assombrado e diz-se que os viajantes noturnos, que por ali passavam, ouviam alguém a rezar o ofício de Nossa Senhora. 

Essa lenda, colhida e contada por Nonato Mota, imortalizou-se nos versos do desembargador Antonio Soares, a seguir:
"E Cantofa estendeu-se sobre o solo, 
numa onda de sangue mergulhada, 
caindo-lhe de bruços sobre o colo, 
o corpo da netinha desmaiada! 
Satisfeitas, assim, iras ferrenhas, 
os ímpios sem remorsos, sem pavor, 
regressaram, deixando lá nas brenhas
Jandy entregue à sua própria dor". 
No outro dia tornaram, com cuidado, 
ao sinistro local da mata escura, 
o cadáver jazia abandonado...
Cavaram-lhe, ali mesmo, a sepultura. 
Depois, muitas batidas foram dadas
de Portalegre às várzeas do Apodi, 
batidas infrutíferas, baldadas, 
ninguém soube notícias de Jandy. 
Até bem pouco a lenda nos atesta, 
rezas do ofício por ali se ouviam:
"Deus vos salve", "Era o eco da floresta";
"Deus vos salve", "As montanhas repetiam.

Fonte: Flagrantes das Várzeas do Apodi - José Leite(Separata de Pré-Lançamento) 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A Revolução de 1817

A Revolução de 1817 repercutiu também em Portalegre, onde encontrou adeptos intransigentes que aderiram ao movimento revolucionário republicano, envolvendo figuras representativas da terra. Lá estavam, entre outros, o Padre João Barbosa Cordeiro, Capitão Leandro Francisco Cavalcante, Capitão Leandro Francisco Bessa, Coronel José Francisco Vieira Barros, prontos para ajudar a derruba a monarquia e implantar o regime republicano. Fizeram reuniões, redigiram e escreveram atas, e realizaram passeatas comemorando a vitória da revolução republicana. A alegria durou pouco tempo. O movimento revolucionário foi abafado e eles foram presos, escoltados para a Bahia, como subversivos, para cumprirem no cárcere, as penas da lei. No Apodi os revoltos reconheceram o governo, e por isso, não houve prisões. 

Fonte: Histórias e Vultos de Minha Terra - Válter de Brito Guerra, 1995. Coleção Mossoroense Série C, Volume CCCXIII.

A origem do nome Portalegre

Ao subir da Serra de Santana, e observando o belo panorama que se descortinava à sua frente, o Dr. Pina Castelo Branco, encarregado pelo Governo para transferir os índios do Apodi para aquela localidade e ali instalar a vila, teria exclamado: “É uma Portalegre do Sertão!” Desde aquele dia o território conserva este nome. 

Esta tradição, entretanto, é refutada pelo historiador e escritor Luis da Câmara Cascudo, que a considera de “puro folclore” e explica: “Portalegre era uma vila de Alantejo, em Portugal, denominando um distrito, de onde vieram muitos nomes para povoações no Nordeste do Brasil: Crato, no Ceará, Campo-Maior, no Piauí, Extremoz e Arez, no Rio Grande do Norte, além da própria Portalegre, recém-instalada.

A tradição explica que a origem do topônimo deve-se à frase do magistrado, subindo a serra e descortinando o ridente panorama:  É uma Portalegre do Sertão.  

Fonte: Apodi no Passado e no Presente - Válter de Brito Guerra, Coleção Mossoroense, Volume CII, 2ª Edição - 1982. 

Cria-se a Vila de Portalegre

Somente no dia 8 de dezembro de 1761, com a presença do Juiz Miguel Carlos Caldeira de Pina Castelo Branco, solenemente, foi erigida a Vila de Portalegre. Acontecimento que devia ter se verificado em Apodi, porém, rejeitado pelos principais criadores e moradores da antiga aldeia, por conveniência de ordem pessoal, contrariando os interesses da própria terra. O interesse principal dos criadores ou curraleiros, era ocupar as terras destinadas aos índios. Para isso, tornava-se necessário a retirada dos mesmos para outra região, o que realmente aconteceu. 

Conta o historiador Nonato Mota, em suas Notas sobre a Ribeira do Apodi, que depois de criada a vila de Portalegre, a Câmara Municipal aforou as melhores terras aos moradores do lugar, destinando aos índios terras improdutivas. Tal fato gerou descontentamento nos indígenas, e rivalidade entre eles e os habitantes da vila. 


Fonte: Histórias e Vultos de Minha Terra - Válter de Brito Guerra, 1995. Coleção Mossoroense Série C, Volume CCCXIII.